Olá, tudo bem?
Nos últimos dias, uma onda de violência atingiu a cidade de Pacaraima em Roraima.
Segundo relatos, centenas de moradores destruíram o acampamento onde vários venezuelanos estavam e atearam fogo em seus pertences. Mas qual é o motivo por trás dessa atitude?
Diante da crise social, econômica e política na Venezuela, milhares de venezuelanos estão deixando o país e pedindo asilo nos países vizinhos, incluindo o Brasil. A porta de entrada desses imigrantes está sendo a cidade de Pacaraima no norte do Estado de Roraima, no extremo norte do país. A maioria dos imigrantes chega à cidade a pé, após dias de caminhada, e encontra abrigo nas praças públicas da cidade, onde acampam e aguardam um destino melhor.
Uma semana depois dos ataques, o clima entre os locais não é de consternação com o que ocorreu, nem de mea culpa. Na visão de moradores e comerciantes, a cidade está mais tranquila: não há mais venezuelanos acampando nas calçadas da cidade, e o reforço do policiamento teria inibido a prostituição e a venda de drogas. Alguns venezuelanos que estavam nos espaços públicos de Pacaraima tiveram que voltar para território venezuelano e estão agora na zona neutra da fronteira, outros seguiram caminham para Boa Vista, capital do Estado.
O registro da violência chocou pela barbárie. Um trator foi usado para destruir um acampamento e com pedras e paus os moradores colocaram os venezuelanos literalmente para correr. A cena choca pela violência, mas também levanta outras questões…
Saídos de um país que atravessa uma grave crise, a situação dos venezuelanos ficou complicada com a expulsão de Pacaraima. Centenas de famílias estão vivendo sem nenhuma condição humanitária e, segundo reportagens, apenas entidade sociais estão prestando algum auxílio, enquanto que o governo brasileiro envia apenas força policial e militar. De outro lado, os moradores da pequena cidade, que já não possuíam condições de vida lá muito boas, viram sua rotina ser transformada. Se os serviços públicos eram deficitários, ficaram piores. O aumento da violência, da prostituição e do tráfico de drogas, pioraram a situação que teve seu estopim no último dia 18.
A ONU já sinaliza que o êxodo venezuelano está se equiparando ao movimento de imigração africano através do mediterrâneo. Mas, ao contrário da experiência africana, alguns países europeus ainda acolhem com certa dignidade. Enquanto que no Brasil, vale uma lei: se eu não tenho para mim, porrada em quem tirar esse pouco que tenho. Não é um julgamento. A situação dos moradores de Pacaraima era igual a situação de muitos municípios pequenos espalhados pelo Brasil afora. Mas violência contra quem não pode se defender é quase uma covardia. Que peguem o trator e a gasolina e destruam e queimem a prefeitura, a sede do governo do Estado e cobrem o retorno do que pagam.
Infelizmente, é uma situação que está longe de acabar. Só atiça os ânimos mais inflamados e vamos caminhando cada vez mais para o olho por olho, dente por dente.
Até a próxima!
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Uma tristeza… 😦
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