Olá, tudo bem?
Essa semana o tema é pesado, mas é dessa forma que a realidade brasileira é.
No último dia 21 de maio (domingo), mais de 900 agentes das polícias Civil e Militar de São Paulo fizeram uma operação na Cracolândia, no centro da cidade. Além do “sucesso” da operação segundo o governo (particularmente eu não vejo sucesso nenhum), essa operação levantou outras questões importantes sobre o consumo do crack.
O crack é a cocaína em forma de cristal. Tem esse nome devido ao barulho que faz quando aquecida para o uso. Por conter uma quantidade alta de cocaína pura, e por ser inalada (fumada, ao invés de cheirada como a cocaína em pó), o crack atinge o cérebro com muito mais potência, deixando o usuário extremamente “louco”. Porém, o “barato” é curto, cerca de 15 minutos, e o seu fim trás o oposto: depressão, angústia, paranoia e a fissura por mais droga.
Outro fator importante para o número de viciados é o baixo preço da “pedra”. Estima-se que com a primeira “tragada” o usuário se torna um viciado de alto risco.
A potência do crack é tão grande que os usuários não reconhecem nada além da droga. Buscam-na a todo preço e largam tudo por ela. Perdem tudo o que têm: família, emprego e dignidade. Nascem assim as Cracolândias. E a forma encontrada pelo Governo de São Paulo para tentar solucionar o problema foi acabar com essa “terra do crack” através da força policial.
A minha crítica é justamente nesse ponto: força policial. Trate um viciado como um bandido, e ele se tornará um. As fortes imagens veiculadas na TV mostram muito mais do que simples viciados correndo da polícia, mostra o estado de decadência e degeneração humana que a droga potencializa. Homens, mulheres e crianças disputando um espaço extremamente insalubre, vivendo sob precárias condições de saúde, com corpos e mentes debilitados, vendendo tudo, até o corpo, em troca de um prazer momentâneo. E a super solução encontrada: “expulsa todo mundo de lá na base da porrada, que isso acaba“. Efusivas palmas, senhor político.
O crack, como qualquer outra epidemia, precisa ser tratado como um problema de saúde pública, nesse caso aliado ao um programa eficiente de combate ao tráfico de drogas. Talvez evitar o primeiro trago seja uma solução, mas para isso o problema se torna educacional. Talvez através de uma boa educação, ou pelo menos de uma educação decente, grande parte dos jovens possa vislumbrar outro horizonte. Talvez… Talvez… Não há receita de bolo para tratar desse ou de qualquer outro problema, existem ideias, existem pessoas dispostas a ajudar. Mas isso ainda é pouco.
Infelizmente o Brasil de hoje vive de “talvez” e de “se”. E a degradação do ser humano vista no último domingo, pelo menos para mim, mostra um futuro nefasto e sombrio enquanto a sociedade estiver nas mãos de políticos que pensam como este digno senhor, Prefeito de São Paulo, que já dá o “problema” da Cracolândia como resolvido.
Até a próxima!
Conheça também meu blog pessoal: Resumo de Livro
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Fontes: G1; Folha de São Paulo; Mundo Sem Drogas
O que o Dória fez foi fazer com que as pessoas se espalhem para outros lugares. O tema da droga é muito complexo e coerção policial está longe de ser uma resolução. Abraços!
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É verdade. Uma reportagem mais recente mostrou que a maioria dos usuários se encontra aglomerada em uma praça a 250 metro de distância do antigo lugar. Triste.
Abraço.
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