Olá gente, tudo bem? Como vocês sabem, dia 1 de maio é dia do trabalho e do trabalhador, e hoje, falarei um pouco sobre isso e darei algumas dicas de filmes sobre esse tema.
O dia do trabalho é comemorado em 1º de maio, a data foi oficializada no Brasil em setembro de 1925. É uma data mundialmente conhecida, pois se originou em razão das manifestações de trabalhadores, em meados de 1886, que buscavam melhores condições para exercerem suas profissões.
Aqui no nosso país, as maiores conquistas quanto aos direitos dos trabalhadores aconteceram com o governo de Getúlio Vargas (1930-1945), quando passaram a ter sua jornada de trabalho reduzida, direito à carteira de trabalho, recebimento de férias, etc.
Essa é uma data importante, pois como vimos, na sexta, dia 28/04, diversas pessoas em diversos estados, foram lutar contra a Reforma da Previdência, que foi proposta pelo governo Temer. Alguns pontos a destacar dessa reforma, estão abaixo:
Reforma trabalhista
O principal ponto da reforma trabalhista que tramita no Congresso prevê que os acordos entre patrões e empregados, por meio dos sindicatos, prevaleçam sobre a lei, mas respeitando a Constituição. Direitos como salário mínimo, décimo terceiro e licença maternidade não mudam.
O governo acredita que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, precisa ser atualizada para dar conta das necessidades do atual mercado de trabalho. As centrais sindicais entendem que a mudança fragiliza direitos dos trabalhadores.
Férias
Como é hoje:
As férias de 30 dias podem ser fracionadas em até dois períodos, sendo que um deles não pode ser inferior a 10 dias. Há possibilidade de 1/3 do período ser pago em forma de abono.
Como pode ficar:
As férias poderão ser fracionadas em até três períodos, mediante negociação, contanto que um dos períodos seja de pelo menos 15 dias corridos.
Jornada
Como é hoje:
A jornada é limitada a 8 horas diárias, 44 horas semanais e 220 horas mensais, podendo haver até 2 horas extras por dia.
Como pode ficar:
Jornada diária poderá ser de 12 horas com 36 horas de descanso, respeitando o limite de 44 horas semanais (ou 48 horas, com as horas extras) e 220 horas mensais.
Descanso
Como é hoje:
O trabalhador que exerce a jornada padrão de 8 horas diárias tem direito a no mínimo uma hora e a no máximo duas horas de intervalo para repouso ou alimentação.
Como pode ficar:
O intervalo dentro da jornada de trabalho poderá ser negociado, desde que tenha pelo menos 30 minutos. Além disso, se o empregador não conceder intervalo mínimo para almoço ou concedê-lo parcialmente, seja na área urbana ou rural, a indenização será de 50% do valor da hora normal de trabalho apenas sobre o tempo não concedido em vez de todo o tempo de intervalo devido.
Remuneração
Como é hoje:
A remuneração por produtividade não pode ser inferior à diária correspondente ao piso da categoria ou salário mínimo. Comissões, gratificações, percentagens, gorjetas e prêmios integram os salários.
Como pode ficar:
O pagamento do piso ou salário mínimo não será obrigatório na remuneração por produção. Além disso, trabalhadores e empresas poderão negociar todas as formas de remuneração, que não precisam fazer parte do salário.
Demissão
Como é hoje:
Quando o trabalhador pede demissão ou é demitido por justa causa, ele não tem direito à multa de 40% sobre o saldo do FGTS nem à retirada do fundo. Em relação ao aviso prévio, a empresa pode avisar o trabalhador sobre a demissão com 30 dias de antecedência ou pagar o salário referente ao mês sem que o funcionário precise trabalhar.
Como pode ficar:
O contrato de trabalho poderá ser extinto de comum acordo, com pagamento de metade do aviso prévio e metade da multa de 40% sobre o saldo do FGTS. O empregado poderá ainda movimentar até 80% do valor depositado pela empresa na conta do FGTS, mas não terá direito ao seguro-desemprego.
É incomum eu falar sobre esse tipo de assunto aqui, mas acho que esse é de extrema importância, pois mexe com os nossos direitos e com nosso futuro. Não sou partidária, na verdade, nunca fui muito ligada a política, mas sou totalmente contra a reforma e não só pensando nos meus interesses, mas sim, nos interesses dos trabalhadores.
Temos alguns filmes que falam sobre o mercado de trabalho, sindicatos e entre outros e que eu acho muito interessantes de serem assistidos não só por conta dessa temática, mas também, por serem excelentes filmes, que mesmo antigos, mostram um pouco do que a classe trabalhadora ainda enfrenta hoje em alguns lugares.
O primeiro filme é Sindicato dos Ladrões, que mostra Terry Malloy, um ex-boxeador que, em queda, se junta à máfia do porto de Nova York. Depois de participar da agressão a um trabalhador, que morre, ele se sente culpado. E seu remorso é agravado quando ele se apaixona pela irmã do trabalhador morto
O filme mostra a corrupção em uma organização sindical dos portuários estadunidenses, na década de 1950, e o processo de conscientização social do jovem Terry Malloy. Desgarrado do grupo, ele compreende a importância da união dos operários e se volta contra o sindicato corrupto.
Na época, foi muito polêmico, sendo muito criticado pelos partidos de esquerda e pelos sindicatos americanos.
O segundo filme, é um dos melhores filmes que já assisti. É um filme brasileiro, chamado Eles não usam Black Tie. No filme o jovem operário Tião e sua namorada Maria decidem que vão se casar, meio as pressas, devido a inesperada gravidez de Maria. Com isso Tião começa a ficar cada vez mais aflito e desconfortável com sua condição financeira, devido a sua preocupação constante com futuro de seu filho e esposa.
Ao mesmo tempo uma greve trabalhista está preste a estourar na metalúrgica onde Tião trabalha. Metalúrgica essa onde trabalha quase todos a sua volta, incluindo seu pai Otávio. A coisa fica ainda mais complicada uma vez que Otávio é um velho militante sindical, que já havia passado três ano na cadeia durante o regime militar, e agora participa ativamente do movimento trabalhista que está por trás da vindoura greve. Criando assim um grande conflito emocional e politico entre pai e filho.
O dilema de Tião se torna cada vez mais complicado uma vez que ele não compartilha da visão social de seu pai e amigos. Quando a greve estoura, antes da hora, Tião não só se põe contra ela, como acaba ficando contra todos seus colegas de serviço e familiares. Inclusive contra Maria que vê na greve um dever, uma obrigação de lutar pelos direitos. Logo Tião acaba se sendo visto como um traidor.
E no meio dessa guerra externa (corporação x trabalhadores) e interna (pai x filho) está a personagem Romana, como esposa de Otávio e mãe de Tião. Romana acaba se tornando tão importante quanto os protagonistas homens do longa, pois sua força, sensibilidade e amor acabam apaziguando os conflitos durante o filme, nos fazendo perceber o quão incrível ela é.
Esse filme é bem interessante não só pela história, mas sim, pelo modo simples e os pequenos detalhes que são muito apresentados durante o longa. Vale a pena!
E o último filme, é Tempos Modernos, de Charlie Chaplin. É um filme de 1936, onde o seu famoso personagem “O Vagabundo” tenta sobreviver em meio ao mundo moderno e industrializado. É considerado uma forte crítica ao capitalismo, stalinismo, nazifascismo, fordismo e ao imperialismo, bem como uma crítica aos maus tratos que os empregados passaram a receber durante a Revolução Industrial.
No filme, nós vemos o personagem principal trabalhando em uma fábrica, fazendo sempre o mesmo serviço, sem tempo para descanso. De tanto fazer só aquilo, o personagem cria um “hábito”, de fazer só aquilo o tempo todo. E o chefe, vai apenas mandando outro subordinado aumentar a velocidade de suas máquinas, pois ele precisa de mais produção. Em um certo ponto do filme, chegam, inclusive, a oferecer uma máquina que serve almoço e sobremesa para o operário, enquanto ele trabalha, desrespeitando totalmente o único período em que o operário poderia descansar.
E ao longo do filme, vemos que o Vagabundo vivido pelo Chaplin, simplesmente não consegue mais trabalhar em outras funções, pois ele já estava tão acostumado com aquele modo de trabalho, que qualquer coisa diferente daquilo o deixava maluco.
Esse filme realmente é uma crítica bem intensa aos maus tratos que os funcionários sofriam a tempos atrás e como o capitalismo os obrigou a trabalharem mais, por conta da altíssima demanda de produtos, entre outras críticas que vemos no filme.
Existem outros filmes sobre esses assuntos trabalhistas, mas não vou citá-los, pois muitos eu ainda não assisti.
Enfim, eu espero que vocês tenham gostado do meu post de hoje e que aproveitem o feriado para assistir aos filmes! Um grande beijo e até a próxima semana!
PS: Ontem perdemos Belchior, o rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco…só desejo que consigas descansar em paz, mestre. ❤
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Fontes: Uvarau (10 filmes sobre o mercado de trabalho e lutas sindicais; Eles não usam Black Tie); Revista Forum; Mundo Educação; G1; Força Sindical; Wikipedia
Amei o post Julia!! E claro, amei você ter visitado o meu blog! Já virei sua fã!! Beijinhos!!!
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Ótimo post! Adorei, parabéns!
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Obrigada! ❤
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