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Belchior

Oi gente, tudo bem? No post de hoje, falarei sobre o cara do bigode mais legal, o rapaz latino americano, sem dinheiro no banco: Belchior!

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Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, conhecido simplesmente como Belchior (Sobral, 26 de outubro de 1946), é um cantor e compositor brasileiro. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.

Ele gravou seu primeiro LP em 1974, na gravadora Chantecler. O segundo LP, Alucinação, consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como “Velha roupa colorida”, “Como nossos pais”, que depois foram regravadas por Elis Regina e “Apenas um rapaz latino-americano”. Outros êxitos incluem a música “Paralelas” (lançada por Vanusa) e “Galos, noites e quintais” (regravada por Jair Rodrigues).

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Belchior é um exímio compositor, possui uma voz grave, e somente necessitava declamar os versos de um simples rapaz latino americano que brigou pela liberdade de expressão, mudanças sociais e o conflito interno de se encaixar na sociedade múltipla. Um de seus melhores álbuns, sem dúvida, é Alucinação. Agora, farei um top 3 para que vocês apreciem a brilhante obra dele.

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A primeira música é Á Palo Seco”. Lendo na internet sobre a música e seu significado, acabei descobrindo que diz a lenda que essa música, na verdade, é uma resposta a música “Eu Também Vou Reclamar”, do Raul Seixas. Mas, não tenho absoluta certeza de que isso é de fato, verdade absoluta. O que mais chama a atenção nessa música, é que Belchior canta com o coração. Como se a letra dessa música viesse dos seus mais profundos sentimentos e que esses sentimentos, fossem transmitidos a quem ouvisse, como se ele quisesse deixar um corte, uma marca forte.

“Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73.
E eu quero é que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês.”

A segunda música, eternizada na voz de Elis Regina, é “Velha Roupa Colorida”. Lendo algumas análises, descobri que a interpretação que todos fazem é de que ele falava da ditadura, fazendo uma dura crítica. Belchior acredita que o passado é uma velha roupa que, mesmo sendo colorida, não serve mais. Ou seja, toda felicidade, a liberdade, a expressão e o livre arbítrio, coisas que eram tão normais, acabam por se perder em um passado que não tem volta, por conta da ditadura. Mas ele acredita que vamos todos rejuvenescer, criando um futuro, que não seria igual ao bom passado, já que aquela roupa não nos serve mais.

Interessante né, gente? Apreciem essa maravilhosa poesia:

E a terceira e última música, é “Sujeito de Sorte”. Uma música forte, que nos faz pensar. Essa nem precisa de muita explicação, já que a música fala por si só.

“Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado: Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro.”

Belchior tem uma extensa lista de clássicos, nem consegui citar todos aqui, mas vale a dica: ouçam “Como Nossos Pais” (inclusive na versão de Elis Regina, que também é belíssima), “Fotografia 3×4”, “Apenas Um Rapaz Latino Americano” e “Alucinação”, que inclusive, Humberto Gessinger regravou.

Recomendo que ouçam com muita atenção, pois cada letra dele tem um significado forte e que nos leva a pensar.

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Essa foi a minha pequena homenagem para esse artista, que tanto contribuiu para a nossa música. Espero que vocês tenham gostado e até a próxima semana!

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Fonte: Wikipedia

9 comentários em “Belchior

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