Olá pessoal, tudo bem?
Nesta última segunda feira (9), morreu aos 91 anos o sociólogo Zygmunt Bauman. Criador do termo “modernidade líquida”, como forma de renomear a chamada pós-modernidade, Bauman se caracterizou pelo estudo aprofundado das relações humanas dentro da sociedade contemporânea.
Nascido em 1925 na Polônia, o sociólogo viveu todas as experiências possíveis que o século XX poderia proporcionar. Serviu na Segunda Guerra pelo Exército Polonês; foi membro ativo do Partido Comunista Polaco; serviu ao Serviço de Inteligência Polonês que à época era comandado pela KGB; foi expulso de seu país depois de um expurgo em massa; lecionou filosofia e sociologia na Universidade de Tel Aviv, em Israel. Após essas experiências se dedicou à Sociologia e a partir de 1971 se fixou em Leeds, na Inglaterra, onde iniciou sua prolífica carreira de escritor.
Entre suas principais obras estão aquelas voltadas para a reflexão e o entendimento das mudanças nas relações humanas dentro da pós-modernidade. Bauman escolhe o “líquido” como metáfora para ilustrar o estado dessas mudanças: facilmente adaptáveis, fáceis de serem moldadas e incapazes de manter suas propriedades originais.
A sua principal crítica estava contida na superficialidade com que o humano trata o seu igual e o meio em que vive. O consumismo, a globalização, a cultura e o amor na modernidade líquida são alguns dos temas principais tratados por ele em seus mais de 30 livros publicados no Brasil. Entre os livros mais vendidos estão: O Mal Estar na Pós Modernidade; Modernidade Líquida; Amor Líquido e Modernidade e Holocausto.
Com suas vastas obras, Bauman ganhou diversos prêmios, entre eles o Prêmio Amalfi de Sociologia e Ciências Sociais (1992), o Theodor W. Adorno (1998) e o Príncipe de Astúrias de Comunicação (2010). Bauman certamente fará falta, principalmente por sua visão aguçada e crítica do mundo em que vivemos.
Como separar o que é importante e significativo do que é supérfluo e descartável? Como separar a vida real da vida virtual?
Eu vejo muito da crítica presente na obra de Bauman toda vez que abro o Facebook: felicidade a cada foto, pais exemplares, maridos e esposas super carinhosos, amigos e mais amigos com quem realmente podemos contar, enfim, a superficialidade estampada em cada postagem.
Uma frase que me marcou muito, e que eu acho que tem tudo a ver com essa modernidade líquida de que fala Bauman, é do comercial de um automóvel que no final dizia: “A vida é mais que postar”.
Até a próxima!
P.S.: Esse é o meu primeiro post aqui no Loucuras de Julia como colaborador, e espero que seja o primeiro de muitos. Estarei por aqui sempre aos domingos.
Fonte: Catraca Livre
Eu torço muito para que ele tenha sido uma semente desse tempo contemporâneo. Enfim, só nos resta aguardar para ver se germina em nós e nos que vierem depois.
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