Brenda Moura · Cultura · Dicas · netflix · Reflexão · Séries

Black Mirror

Olá gente, tudo bem? Dei uma quebrada nos meus posts musicais para falar sobre uma série impactante e muito interessante: Black Mirror!

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Falando sobre a série, Black Mirror é uma série britânica, criada por Charlie Brooker, que apresenta a ficção com temas sombrios e às vezes satíricos, que examinam a sociedade moderna, especialmente no que diz respeito às consequências imprevistas das novas tecnologias.

Em relação ao conteúdo e a estrutura da série, Brooker destacou que “cada episódio tem um elenco diferente, um set diferente e até uma realidade diferente, mas todos eles são sobre a forma como vivemos agora – e a forma como nós poderemos viver em 10 minutos se formos desastrados.”

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Gente, essa série é como um soco no estomago. Nos mostra a sociedade de hoje e como a tecnologia pode influenciar (na maioria das vezes de uma forma negativa) a nossa vida. É como se fosse uma realidade que nós não queremos enxergar, pois estamos tão acostumados com isso, que nem percebemos.

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A série já está em sua terceira temporada e em cada episódio, parece se reinventar. Vou falar um pouco, então, sobre meus três episódios favoritos, cada um de uma temporada.

Começando com o terceiro episódio da primeira temporada, The Entire History Of You. Esse episódio nos mostra pessoas que se assemelham a nós, e parece ser ambientado nos dias de hoje. Mas com uma diferença muito grande: todos possuem um tipo de implante atrás da orelha (grain, como são chamados), e graças a isso, todas as memórias ficam “armazenadas” e podem ser revistas quando e onde quiser. Imaginem, vocês saem com alguém (amigos, família, namorado) e podem rever aquele momento, em qualquer hora ou lugar, como se estivessem revivendo aquilo. Assustador né?

Nesse episódio, acompanhamos o conflito conjugal do casal Liam e Fion. Ele suspeita dela após um jantar ao qual eles foram com um grupo de amigos, mas era apenas uma “intuição masculina.” E durante todo o episódio, acompanhamos a tensão e as descobertas de Liam, que vai a fundo para obrigar a mulher a mostrar os registros de seu grão. Louco isso né?

Os dramas dos personagens são idênticos aos da vida real. Vocês imaginam o que poderia acontecer se isso realmente existisse? As verdades sendo reveladas e sem ter como fugir? Respondam depois. Hehehe

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Dentre os episódios da segunda temporada, escolhi um que na minha humilde opinião, foi o mais impactante e um dos melhores da série até hoje: White Bear.

Gente, esse episódio foi sufocante do início ao fim. Temos a jovem Victoria, que acorda sem qualquer memória em uma casa que, aparentemente, é a sua própria. Ao sair vagando pelas ruas para pedir ajuda, ela não consegue, pois a única coisa que as pessoas fazem é filmá-la com o celular e se afastando quando ela chega perto. E pior: eles ainda riem da desgraça da coitada (nem tão coitada assim, mas deixarei isso para o final hehehe). No episódio começam a surgir pessoas mascaradas, que tentam, por alguma razão que não sabemos, matá-la. Até que uma desconhecida tenta ajudar, mas não é muito bem sucedida na missão. Esse episódio parece um filme de terror, não entendemos o que acontece, é assustador e nos colocamos no lugar de Victória, que parece ser julgada a todo instante pelas pessoas que insistem em filmá-la com seus celulares. Mas a reviravolta que acontece no final, nos deixa boquiabertos. Victória, na verdade, não é a coitada que pensamos que ela fosse, pois ela fez algo muito ruim.

E o mais interessante é que nesse episódio, nós vemos uma coisa que hoje é muito comum: a mania de julgar as pessoas. Isso já era comum antigamente, mas as redes sociais amplificaram essa questão consideravelmente, já que todos ganham voz e podem se expressar de forma mais fácil, inclusive na hora de julgar tudo e todos.

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E chegamos, por fim, a terceira temporada. Confesso que foi muito difícil escolher apenas um episódio para falar sobre, mas esse foi um dos mais bem elaborados. E é, certamente, muito condizente com o mundo atual.

Em Nosedive, primeiro episódio da terceira temporada, somos apresentados a jovem Lacie (interpretada pela minha diva linda e maravilhosa Bryce Dallas Howard). Bonita, inteligente e com um bom emprego, ela divide apartamento com seu irmão. Mas quando eles decidem colocar o apartamento para alugar, e ele já tem um lugar para ficar e ela não, ela começa a procurar os lugares disponíveis. Lacie acaba achando a casa dos seus sonhos, mas uma coisa a impede de alugar.

Vocês devem estar pensando: mas o que a impede?

Acontece que nesse “mundo”, TODAS as interações que você faz no dia-a-dia, são mandadas para um aplicativo (tipo um Instagram da vida) e a partir disso, é feito um ranking, que vai de 0 a 5 estrelas, mostrando quem é popular e quem não. Se você tem um 4, já pode ser considerado quase popular. Acima de 4,5, é super popular. E abaixo de 3… Bom, era melhor nem ter nascido. Hahaha

Enfim, voltando para Lacie, o que a impede de alugar a casa é que ela precisa de 4,5, ou então, sem chances. Então, vemos a jovem desesperada tentando conseguir suas tão sonhadas estrelas, mas para isso, ela precisa falar com a “elite”, ou seja: pessoas acima de 4,5.

Ela consegue contato com uma “amiga de infância” que é 4,8, e que a chama para ser a dama de honra do casamento dela. Lacie fica incrédula, pois finalmente vai realizar seus sonhos. Mas acontecem vários contratempos no caminho e a nota de Lacie começa a diminuir, e com isso, sua “amiga” desiste de tê-la como dama de honra.

Mas Lacie, querendo honrar todo o esforço que teve para conseguir o que queria, vai ao casamento e começa a perceber que a vida não é só esses conceitos estúpidos. No final, ela chega ao fundo do poço e assim termina o episódio.

Vocês imaginam o que seria se nossa vida fosse um ranking? Que tudo que fazemos nos daria uma nota para alavancar esse ranking?

Esse episódio é uma tremenda crítica às redes sociais, e nos mostra que muitas vezes, deixamos de viver ou aproveitar o que realmente importa por conta da nossa imagem. Quantas vezes vocês já fizeram algo só porque iria ficar legal nas redes sociais? Compraram aquela roupa da moda, apenas para postar uma foto no Instagram ou Facebook? É quase assim que nós estamos hoje. Lógico que eu faço minhas postagens em redes sociais, não vou mentir, mas tento ao máximo não me dedicar a isso. Redes sociais são ótimas, quando as pessoas sabem utilizar. Mas muita gente hoje não tem noção do quanto e do que expor. E podem acabar como a Lacie. Hehehe

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Por fim, eu indico e MUITO que vocês assistam todos os episódios das 3 temporadas. Todos são muito bons e trazem diferentes abordagens sobre vários assuntos, mas todos relacionados com a tecnologia. Dou nota 10 para as duas primeiras temporadas, mas se tivesse como, daria ainda mais para a terceira, pois a série evoluiu muito mais do que já havia evoluído de uma temporada para a outra. Espero que tenhamos uma quarta temporada, e que ela seja tão impactante e interessante quanto as 3 primeiras. Vale muito a pena assistir, de verdade.

Esse foi o meu post de hoje e eu espero que vocês tenham gostado.
Um grande beijo e até a próxima segunda!

selo-brenda-moura

Fonte: Wikipedia 

11 comentários em “Black Mirror

  1. Adorei suas escolhas. Sou suspeito pra falar, mas vamos lá. Da primeira temporada gostei de todos mas o terceiro é o melhor, acompanhado pelo segundo (Que muita gente não gosta, mas aquela trilha sonora).

    Concordo com White Bear, não curti muito o do Waldo na segunda temporada. Você não assistiu o especial de Natal chamado White Christimas? Um dos melhores pra mim. Da terceira temporada que assisti logo no dia de estreia, o Cala a Boca e Dança é o melhor, acompanhado de Versão de testes. Cada um gosta de um, mas o imprtante frisar é que todos episódios são exzcelentes e um tapa gostoso na cara!

    Confira minhas reZenhas:

    Rezenha Crítica Black Mirror – O que você faz da sua vida?

    ————————–

    Rezenha Crítica Terceira Temporada Black Mirror

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    1. Obrigada! Confesso que nessa eu fiz um pouco diferente, são poucas as séries que pego um episódio por temporada e analiso, já que a maioria das que eu assisto tem várias temporadas. Aí ficaria um post muito longo, mas com Black Mirror consegui fazer isso, sem ficar cansativo. Hahaha

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