Você quer saber quem é fulano, beltrano e sicrano?

Algumas pessoas se “conhecem” há anos e só se falam pelo apelido. Aqueles conhecidos da rua, do bairro, o atendente da padaria, o senhor que fica na praça jogando, o coletor de lixo, muitas vezes são tratados pelo apelido e nunca soubemos ou saberemos o nome.

Então surge aquele dia que você precisa se referir à uma dessas pessoas e eis que não sabe o nome. O seu amigo pergunta:

“Está falando de quem cara? Não conheço esse fulano aí.”

E você responde:

“É esse mesmo. O beltrano, aquele que fica ali na esquina.”

O outro faz cara de desentendido e reponde:

“Não conheço esse aí não, só o outro cabeludo o tal cicrano que traiu a mulher”.

É interessante como as expressões surgem na língua e algumas tornam-se eternas. É o caso de fulano, beltrano e cicrano.

A primeira expressão vem do árabe “fulân” e significa tal. No português, fulano virou um substantivo e a palavra “tal” usamos geralmente após o termo fulano. Como se fosse um substantivo próprio (Fulano de tal). Interessante, né?

Já o termo Beltrano tem origem da França. Na época medieval se usava o nome próprio Beltrão, ou Beltrand, nas novelas de cavalaria. E por influência do nome fulano, acabou sendo inclusa a terminação “ano”, tornando-se Beltrano.

Quando “fulano” e “beltrano” já estavam familiarizados na língua portuguesa, eis que surge o “sicrano”. Nome esse meio indefinido e cujas origens são confusas, mas que veio compor o trio dos substantivos que nomeiam seres sem nome.

Segundo o livro “O guia dos curiosos”, Sicrano também nasceu do árabe, provém de sicrán ou sacrán e significa bêbado.

Bom, eu já estou ficando tonta de tanto nome sem dono e de tanto dono sem nome. Na minha rua tem aos montes. Bêbado então, é o que mais tem, me disse o fulano. Rs

Aquele abraço para todos os fulanos, sicranos e beltranos!