As mentiras e as palavras

O que escrever quando todos falam muito e os fatos já falam por si?

Disse que a crônica de hoje seria sobre as árvores e o sol que entraram em greve devidos as decepções com os humanos. Mas menti, não falarei sobre isso. Bom, a minha mentira deve ser perdoável, afinal sou escritora e a ficção é meu material. A mentira dos políticos é que não é perdoável. Enfim…

As palavras são boas companheiras, mas às vezes traiçoeiras. Nós mesmos nos enrolamos no uso delas, seja para finalidade de comunicação formal, seja para fins afetivos. De vez em quando nos perdemos no caminho. Quando nos achamos e conseguimos usar as palavras certas, a relação fica leve, boa e compreensiva. Parece que falar é como ir limpando a casa, tudo vai ficando mais claro e arejado. Mas isso só acontece se usarmos o tom e as palavras adequadas. As palavras também podem trazer sujeiras e tempestades.

Mas além do bem e do mal, elas podem nos fazer sorrir. E muito. Até por erros de comunicação. Uma vez, conversando por WhatsApp com uma amiga, ela mandou para mim: 171. Nós estávamos falando sobre várias coisas e ela já havia falado sobre o bairro onde morava, o nome da rua dela, pois eu iria na sua casa pela primeira vez, mas diante de tantos assuntos, o 171 se perdeu do contexto do endereço. Do nada surgiu um 171 e eu achei que ela estivesse me desqualificando. Rs. Nada disso, ela que morava no 171! E como o endereço já não tinha mais importância para mim, diante de tantas palavras, ele soou como piada, ironia ou agressão. rsrs

Outra vez, fui mandar um emotion, aqueles rostinhos e desenhos que usamos na internet, e mandei um diabinho. Era para ir um sorriso.

Já recebi uma arma de emotion e me senti como num assalto. Rs. Creio que a pessoa não quisesse me matar. Espero!

Os erros de comunicação acontecem. Seja por meio de palavras ou símbolos. O que não deveria acontecer é a mentira e a hipocrisia deslavada. Mas isso também é humano, infelizmente.

E com vocês, já aconteceu alguma experiência interessante por erro de comunicação? Conte-me aí!

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Aquele abraço! E fiquem na paz. Até quarta.